quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Último post de 2011!

Férias: pausa nos projetos, coletas, identificações... Depois de um ano de muito trabalho, que renderam muitas participações em eventos pelos participantes do grupo de pesquisa, o que nos resta é a vontade de descansar, levantar as pernas e fazer nada o dia inteiro.

Com o fim do ano chega, também, a sensação de missão cumprida. O ano foi produtivo: trabalhos sendo concluídos, outros sendo iniciados. Tudo isso para que em 2012 o objetivo principal da Flora do Campus seja alcançado.

Gostaria de agradecer aos colegas de trabalho, pelas deliciosas expedições de coletas, recheadas de suor, tombos e muitas risadas, mas também do retorno com a 'sacolinha' cheia de coisas novas. Gostaria de agradecer às orientedoras (Liliana Essi e Tânea M. B. Garlet), pela dedicação, conhecimento, 'puxões de orelha' e confiança. Gostaria de agradecer aos financiadores, que acreditaram nos nossos objetivos. Gostaria de agradecer aos nosso pais, por suportarem nossas casas cheias de prensas, jornais velhos, restos de plantas e muita bagunça (sempre depois de alguma exclamação do tipo: "isso é mato!"). Enfim, gostaria de agradecer a todos que, de alguma forma, contribuíram para o sucesso dos projetos neste ano, e aos amigos, por ouvirem com um sorriso no rosto, mesmo sem entender nada, os avanços dos nossos resultados. O nosso muito obrigado.

Leonardo Nogueira

Para ilustrar este post, trago Andropogo selloanus, gramínea estival muito comum na nossa região e que está florescendo em abundância neste período.

domingo, 20 de novembro de 2011

Solanum mauritianum Scop.

Nome científico: Solanum mauritianum Scop.
Família: Solanaceae
Nome popular: fumo-bravo, cuvitinga, fumeiro.
Origem: nativa.
Características: Árvore com até 7m de altura, ramos jovens coberto de tricomas esbranquiçados, em geral pedicelados e estrelados; folha simples, inteira, alterna, discolor, glauca na face abaxial. Inflorescência cimosa, pedicelos pilosos; flores vistosas, corola lilás, gamopétala, cálice gamossépalo, piloso; anteras amarelas, poricidas, com filetes curtos.
Obs.: No Rio Grande do Sul ocorre em geralmente em borda de mata de todas as formações florestais. No Campus da UFSM de Palmeira das Missões, ocorre em borda de mata, borda e interior de banhado e como elementos isolados em formações campestres. É comum no município e na região.
Local: RS, Palmeira das Missões, UFSM - CESNORS, borda de banhado abaixo do setor de avicultura. Muito comum no local.

Fotógrafo: Leonardo Nogueira da Silva

sábado, 19 de novembro de 2011

Aspicarpa pulchella (Griseb.) O´Donell & Lourteig

Nome científico: Aspicarpa pulchella (Griseb.) O'Donell & Lourteig
Família: Malpighiaceae
Origem: nativa.
Habitat: campos secos e arenosos.
Características: erva, aproximadamente 8-12 cm de altura, folhas simples, inteiras, opostas. Flores bissexuadas, amarelas, pétalas unguiculadas, com nectários extraflorais dispostos na base do cálice.
Obs.: encontrada em campos secos, tanto no campus da UFSM - CESNORS, quanto em outras formações campestres de Palmeira das Missões. É uma espécie comum do Pampa e do Cerrado, encontrada no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Mato Grosso do Sul.
Local: RS, Palmeira das Missões, UFSM - CESNORS, campo seco e aronoso do setor de bovinocultura, no limite da divisa com o Guarita.

Fotógrafo: Leonardo Nogueira da Silva

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Paspalum quadrifarium Lam.

Nome científico: Paspalum quadrifarium Lam.
Família: Poaceae (Gramineae)
Origem: no Brasil, é nativa do Rio Grande do Sul, mas não é endêmica do país.
Habitat: ocorre em baixadas úmidas e borda de banhados.
Caracterítica: cespitosa, aproximadamente 2 a 2,5 metros de altura, formando touceiras robustas; folhas de margem lisa a áspera com a lâmina atenuada em direção à base; inflorescência piramidal; gluma superior menor que o antécio fértil, que é estramíneo-prateado; lema inferior e gluma superior ferrugíneas, com tricomas tuberculados.
Obs.: P. quadrifarium se assemelha muito com P. quarinii, sendo possível sua distinção pela lâminas foliares mais estreitas em P. quadrifarium. Nas populações do campus, as espiguetas de P. quadrifarium geralmente são ferrugíneas, sendo estramíneo-prateadas em P. quarinii. Ambas as espécies ocorrem no campus, sendo P. quarinii a espécie mais comum.
Local: RS, Palmeira das Missões, UFSM - CESNORS, borda de banhado, abaixo do setor de avicultura, local eventualmente alagado.


Fotografia: Leonardo Nogueira da Silva

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Trifolium riograndense Burkart


Nome científico: Trifolium riograndense Burkart
Família: Fabaceae - Faboideae.
Nome popular: trevo.
Habitat: campo seco, baixadas úmidas, gramados e locais sombreados.
Características: erva prostrada, com aproximadamente 5 cm de altura; folhas digitado-trifolioladas; flores rosas a vermelhas, reunidas em inflorescência terminal corimbiforme.
Obs.: considerada típica dos campos do noroeste, principalmente na região das Missões, o trevo é uma espécie comum nos campos do CESNORS (e de Palmeira das Missões), formando manchas róseas em campos com predomínio de espécies rizomatosas e estoloníferas, como a grama-forquilha (Paspalum notatum) e a grama-jesuítica (Axonopus jesuiticus), principalmente em baixadas úmidas.
Local: RS, Palmeira das Missões, UFSM - CESNORS, baixada úmida próximo ao córrego Zebua. Comum em todo o campus, ocorrendo também em gramados.
Fotografia: Leonardo Nogueira da Silva



Borreria poaya (A. St.-Hil) DC.

Família: Rubiaceae.
Origem: nativa.
Habitat: campo seco.
Características: folhas simples, opostas, inflorescências terminais e axilares; flor tetrâmera, pétalas lilases.
Obs.: também considerada invasora de culturas e tóxica para o gado, B. poaya é uma rubiácea comum dos campos de barba-de-bode, ocorrentes na região.
Local: RS, Palmeira das Missões, em um fragmento de campo em frente ao Clube Centenário.
Fotografia: Leonardo Nogueira da Silva

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Projeto Flora do Campus

Devido à carência de estudos envolvendo a vegetação (principalmente campestre) do noroeste do Rio Grande do Sul, o Projeto Flora do Campus é pioneiro na investigação da composição florística das áreas naturais remanescentes da região do Alto Uruguai. Incluído no Bioma Mata Atlântica, os campos desta região foram, em sua maioria, convertidos em áreas de cultivo, excluindo a vegetação nativa aqui anteriormente instalada. Contudo, os resquícios da vegetação natural apresentam uma diversidade florística característica, marcada pela presença de diversas espécies nativas, endêmicas da região e incluídas na lista de ameaçadas de extinção.

Por outro lado, esta diversidade é ameaçada por diversos fatores, tanto naturais como antrópicos, como o avanço das formações florestais sobre a vegetação campestre, a disseminação de espécies exóticas e a expansão agrícola. É neste sentido que o conhecimento da flora da região demonstra grande importância, tendo em vista principalmente a preservação das espécies através de programas de recuperação e estratégias de manejo destes campos.

O Projeto Flora do Campus iniciou em 2010, com o levantamento das famílias Poaceae (gramíneas), Fabaceae (leguminosas), Asteraceae (compostas), justamente pela sua grande contribuição na composição dos ecossistemas campestres. Até o momento, mais de 35 famílias botânicas já foram registradas no Campus da UFSM - CESNORS, em Palmeira das Missões. Nesta área, além das famílias citadas, destaca-se a ocorrência de outras famílias comuns nestas formações, como Cyperaceae, Iridaceae, Solanaceae, Verbenaceae e Malvaceae.

Este blog tem como objetivo divulgar os resultados que vêm sendo obtidos no projeto, bem como divulgar a flora do campus de Palmeira das Missões da UFSM - CESNORS, do município e da região noroeste do Estado.

Leonardo Nogueira da Silva